6.10.09

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Sempre em construção-destruição-reconstrução.

30.6.09

Caixas Vivas - I / Live Boxes - I

A Caixa Vermelha

A Caixa Vermelha é o seu coração: ouça-o.

The Red Box

The Red Box is your heart: listen to him.

Livros da Vida - I

O que você escreve no seu Livro da Vida? Que sons ele faz? Para viver e morrer, para a ruína e o renascimento, a memória e o perdão? O que você ouve quando olha pra dentro?

What do you write in your book of life? What sounds does it make? There are sounds to live and die, for ruin and rebirth, for memory and forgiveness? What do you hear when you look inside yourself?

Cartas de Terras Insondáveis - Lembrança de Luminieva

Em Luminieva as ruas eram de verdes íngremes e pedras de cor, com longas casas penduradas e árvores que até o tempo esqueceu de quando eram semente. As ruas prestavam-se mais ao devaneio: a circulação dava-se de fato por estreitas pontes de lianas e sólidas passagens de cristal de rocha que esticavam-se entre esses compridos de madeira viva ou morta, habitados por gente, bichos e lilinanthes.

Os teatros eram de quartzo e via-se muito à distância. A música também era ouvida de longe e em cada ponto misturava-se harmonicamente a folhas, águas, ventos, passos, pássaros, pessoas, ronronares e lilinithos.

Lá só se falava por sussurros, palavras risonhas e melodias. Tagarelice, fofoca e gritos egocêntricos eventualmente eram ouvidos, com muita má-vontade, e sujeitos a multas em forma de longos silêncios, novas pontes e canções abstratas.

15.4.09

TRÍPTICOS VERBAIS - I

Um dia que não passou - estancou no pedaço de mármore gasto entre o dentro e o fora, na soleira do acontecido cheio de preguiças e nostalgias diante do incansável devir. Uma rede vazia balançava na varanda vizinha quando viu um outro não-dia passar, dizendo prosaicamente bom dia.
Cavalos marcham o mesmo círculo lento, com as fitas da primavera tardia esvaindo cores até que a decomposição se complete em ossos ocres, em poeira, em sombras, um nada.
Folhas ventando o tempo aos pés dos gigantes.

Quem disse que passou?

24.8.08

Fonte

Por muito tempo, tormentas: e parecia que muito mais tempo seria necessário para acalmar essas águas. Mas é num relâmpago que vem a clareza, uma alegria que não depende do outro. Sem depender e sem nada esperar, você se eleva até o outro, o compreende de fato pela primeira vez: e aceita a distância. Para de reagir: você é. E agora conhece o caminho da fonte que lava mágoas. E libertou o sábio que estava preso na velha árvore, entre cascas criadas para proteger mas só feriam, sufocavam; ele renasce, é todo novo e tudo é mais vivo quando ele passa - e existe em você.

As águas agora modulam criações que dançam a música que transborda no espaço. Tudo se ilumina, se transfigura. Você ri dos seus velhos medos, dragões que se transformaram em coisinhas sem importância, precários dragões-origamis. Você imaginava que tudo isso era possível, mas não passava de uma visão difusa e distante. E de repente está ali, na sua cara, ao seu redor, em você. É bom e puro, de um jeito que não conhecia. Verdadeiro.

Amor é força. Ressentimentos, agressões e cinismos são feias cascas para os que ainda estão fracos – e você conhece bem a fraqueza, como dói, como mata. Mas isso passa.

Você tem que evitar as interferências, se manter atento, para não esquecer o caminho da fonte. Tão bom quanto encontrá-la deve ser dar a mão a quem quiser encontrá-la também, sendo uma companhia na difícil viagem. Mas talvez não seja possível: só se chega lá sozinho, cada um é seu caminho.

Atenção.
Tempo.
Clareza.
E um riso no final.

3.7.08

Mais uma letra

Para ouvir, passa LÁ!
Gravação de ensaio ao vivo. Bases e voz são minhas, guitarra da Flávia Goo.

Devoted to Deviance

Walking silently
Over timeless trees
What you get is
What you see
I see many faces
Inside me
I see many ages
When I flee
Yesterday melts tomorrow
Now
I wish I could tell you
How

I’ve turned away
From what you say
Is the rule and "It's real!"
Many times
Common sense
Is non sense

So I’m devoted
To deviance
Devoted
To deviance
Rejoice with me
Let me show you
How to dance
The deviance

Landscapes we dream
Lush of the unseen
We have always been here
Dancing outside the walls
Of city and time
Jumping on the roofs
Of realistic lies

We have always been there
Enraptured by
The sounds of that stars
Let me show you my sky
Let me show you my heart
In the forest of forever

Devoted
To deviance
Devoted
To deviance
Rejoice with me
Let me show you
How to dance
The deviance

Enraptured by
The sounds of that stars
Let me show you my sky
In the forest of forever

The sounds of that stars
Let me show you my heart

Enraptured by
The forest of forever

21.6.08

3 letras, feitas há uns 5 anos ou 7,22 dias


A propósito, já estão se transformando em músicas, junto com "Alma Liber" e "Sete Oitavas".

Alvo

Responder é o azar
De se perguntar
Realizar é o azar
Do desejo
E azar o meu
Quando eu te vejo

Minha carne exposta
Em uma pergunta
A tua resposta
E o desafio de esquecer

Mergulhei no rio Letes
Nadei em suas correntes
Bebi adagas
Dancei em facas
De salto agulha
Cheirei giletes
Comi navalhas
Ao molho ferrugem
Com um antiácido
Pra digerir

Mergulhei no Letes
Um rio nunca é
Do mesmo sangue
Um riso nunca é
Do mesmo gozo
Um espelho nunca é
Da mesma imagem
E o amor eterno nunca é
Do mesmo alvo

Veio outra flecha
Em outra imagem
Eu te esqueci
Virou bobagem

Mas o passado está
Em um lindo aquário congelado
Em um armário a sete chaves
Sete quedas sete vidas
Em que eu te amei

Glass Grapes

Since
You left me here
I´m eating
Purple stains
I´m drinking
Green wines of dreams
Undone in time
To catch my heart

I´m eating
My fate my losses
Spitting
The grapes of wrath

Eating
The glass grapes
The gates of dawn
Around
The gardens
Of Hell
To feel again
How is to rain
Over
Your distant body

Eating
The glass grapes

Drinking red
Liquids
The wines of dreams

After Sandstorms


Sometimes sailing over eyes
Of somebody inside
Drowning elevators
Drowning elevators
Hot headspace ship laughing out
Transilvanian Kundalini
Babilônia Saint Romain
Express
Black smiling faces
Of happy chaos
Over the sea, over the sea
Drowning elevators
Drowning elevators
Copacabana’s white stones
Bleaching the sins
Bleaching the sins
On sand and a soul that spins
The tides the vices the winds
Hot headspace ship laughing out
To drowning elevators
Drowning elevators
Black smiling faces
Of happy chaos
Over the sea, over the sea
I’m dying I’m digging
To elephants inside trees

I’m diving I’m digging
To elephants inside trees

Catalan sand castles
Falls deeper into the ground
I’m digging to the fountain
Beyond so called sanity
Over the city, over the city
I’m dying I’m digging
To elephants inside trees

Here is where the doves die
Beauty speaks through your eyes
Dripping silence after sandstorms
After sandstorms, after sandstorms

3.5.08

Taocaos

Imaginação livre e raciocínio agudo não são incompatíveis.
Devaneio não é demência.
Navio que tem rodas e vôa.
Cavalo que monta nuvens.

Bom é viver em dois hemisférios.