30.6.09

Cartas de Terras Insondáveis - Lembrança de Luminieva

Em Luminieva as ruas eram de verdes íngremes e pedras de cor, com longas casas penduradas e árvores que até o tempo esqueceu de quando eram semente. As ruas prestavam-se mais ao devaneio: a circulação dava-se de fato por estreitas pontes de lianas e sólidas passagens de cristal de rocha que esticavam-se entre esses compridos de madeira viva ou morta, habitados por gente, bichos e lilinanthes.

Os teatros eram de quartzo e via-se muito à distância. A música também era ouvida de longe e em cada ponto misturava-se harmonicamente a folhas, águas, ventos, passos, pássaros, pessoas, ronronares e lilinithos.

Lá só se falava por sussurros, palavras risonhas e melodias. Tagarelice, fofoca e gritos egocêntricos eventualmente eram ouvidos, com muita má-vontade, e sujeitos a multas em forma de longos silêncios, novas pontes e canções abstratas.

2 Comments:

Blogger Alexandre Mandarino said...

Esse texto é maravilhoso...Quero visitar Luminieva. E quero mais cartas de Terras Insondáveis (este nome é ótimo). Você escreve muito, muito bem.

ter. jun. 30, 02:19:00 PM 2009  
Anonymous Anônimo said...

Thanks for post. It’s really informative stuff. I really like to read.Hope to learn a lot and have a nice experience here! my best regards guys!

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Good day.

sex. set. 11, 08:06:00 PM 2009  

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